Ansiedade

Ansiedade

O que é a ansiedade?

É provável que se pedirmos a duas pessoas que sofrem de ansiedade que a descrevam, elas refiram quadros diferentes.

Uma pode recear falar em público enquanto outra fica com intenso medo só pensar em entrar num avião.

Outra experimenta episódios imprevisíveis de pânico, com falta de ar, suores e dores no peito.

O facto é que não é um problema simples, uma vez que inclui um espectro de perturbações relacionadas incluindo ataques de pânico, fobias, atitudes obsessivo-compulsivas, stress pós-traumático, ansiedade generaliza, ansiedade devida a um problema médico e ansiedade induzida.

O desequilibro da química cérebro está subjacente a muitos problemas diferentes de ansiedade, o que ajuda a explicar por que razão mais de metade de quem sofre de um problema de ansiedade também sofre de outro. No entanto, cada problema de ansiedade tem o seu próprio conjunto de sintomas embora também apresentem sintomas em comum.

Sintomas vulgares

Os seguintes sintomas são característicos de todos os problemas de ansiedade:

  • Sentimentos irracionais de medo, susto ou perigo;
  • Tensão
  • Preocupação
  • Sintomas físicos como agitação, tremores, arrepios de frio, enjoos, ondas de calor, tonturas, falta de ar ou vontade frequente de urinar.

 

Tipos de Ansiedade

São apresentados diferentes tipos de ansiedade e os principais sintomas:

Ataque de pânico

Uma onda de repentina de intensa apreensão, medo, terror, com sintomas físicos como falta de ar, palpitações e dores no peito.

Estado de pânico

Ataques recorrentes de pânico que surgem de repente e sem aviso, causando preocupação consistente. Os ataques costumam ocorrer sem razão aparente.

Fobia específica

Ansiedade substancial provocada pela exposição objetos ou situações particularmente temidas.

Fobia social

Ansiedade substancial provocada por certas situações sociais o desempenho diante de um grupo.

Perturbação obsessivo-compulsiva

Pensamentos perturbadores recorrentes e comportamentos repetitivos incontroláveis que pretendem reduzir a ansiedade provocadas por esses pensamentos. Os sintomas duram mais de 1 hora por dia e provocam uma perturbação significativa ou interferem com o funcionamento normal.

Stress pós-traumático

Pensamentos perturbadores, raiva e outros sintomas de ansiedade que ocorrem durante mais de 1 mês após uma grave experiência traumática ou ameaçadora para a vida.

Stress agudo

Sintomas de ansiedade que duram até um mês após uma experiência traumática.

Ansiedade generalizada

Ansiedade excessiva e preocupação por causa de uma série de acontecimentos na maioria dos dias, durante pelo menos 6 meses. Podem ocorrer sintomas físicos como tensão muscular, aumento da pulsação e tonturas.

Ansiedade provocada por um problema médico

Ansiedade pronunciada, ataques de pânico, obsessões ou compulsões provocadas por um problema de saúde.

Ansiedade induzida por substâncias

Ansiedade pronunciada ataques de pânico, obsessões ou compulsões provocadas por um medicamento, abuso de drogas ou exposição a uma toxina.

As pessoas com problemas de ansiedade têm preocupação e medo em situações com relativamente inofensivas. São hipersensíveis à possibilidade de perigo, mas a sua extrema vigilância não serve qualquer finalidade.

É possível viver com uma ansiedade ligeira. Mas quando esta se toma suficientemente grave a ponto de interferir com a vida diária o tratamento em geral a única forma de controlar a perturbação. As opções de tratamento incluem medicação, psicoterapia e terapias naturais.

Ligações à depressão

Cerca de 20& a 30% das pessoas com problemas de ansiedade também sofrem de depressão. Algumas sofrem de ambas ao mesmo tempo, embora outras sofram primeiro de uma de que recuperam para depois desenvolverem a outra. A ansiedade pode também ser um sintoma de perturbações depressivas e a depressão, um sintoma de perturbações de ansiedade.

As duas estão muito intimamente relacionadas, uma vez que o mesmo tipo de alterações nos neurotransmissores (mensageiros químicos) que promovem a depressão, podem também desencadear a ansiedade.

Dada a semelhança nas duas situações, muitas vezes, são prescritos medicamentos usados para tratar a ansiedade que são antidepressivos.

Causas possíveis da ansiedade

A ansiedade pode surgir de um evento traumático ou de sobrecarga de stress. No entanto, nem todas as pessoas que viveram uma tragédia ou alguma ocorrência terrível, desenvolvem ansiedade e nem todas as que desenvolvem ansiedade passam por estes acontecimentos.

Marcas genéticas

As pessoas cujos pais ou irmãos sofreram de ansiedade estão em maior risco. Os investigadores têm estudado a constituição genética na esperança de descobrirem características em comum, no entanto, não foi descoberto nenhum “gene de ansiedade”, possivelmente muitos genes atuarão em conjunto para induzir o problema.

Cérebro

Através de técnicas de imagiologia cerebral tais como para tomografia de emissão de positrões (PET) e ressonância magnética têm permitido aos cientistas observar a atividade cerebral durante a ocorrência de uma crise de ansiedade. estas imagens ajudaram a identificar as estruturas e circuitos que estão ativos quando ocorre uma crise de ansiedade:

Amígdala – pequena estrutura no interior do cérebro que coordena a resposta do cérebro ao medo. A amígdala faz parte do sistema límbico um complexo grupo de estruturas associadas às emoções.

A amígdala armazena recordações de experiências assustadoras ou outras de carácter emocional. Em pessoas com problemas de ansiedade a amígdala pode ser tão sensível que reagem em excesso em situações que não são ameaçadoras.

Hipocampo – estrutura cerebral do sistema límbico que desempenha um papel central no processamento das emoções e recordações a longo prazo.  A pesquisa descobriu que o hipocampo é mais pequeno que o normal em algumas pessoas com stress pós-traumático.

É também mais pequeno em algumas mulheres que sofreram abusos em criança. Não é claro se a resposta ao trauma torna o hipocampo mais pequeno ou se ele já era pequeno em certos indivíduos e o seu tamanho os predispõe a problemas de ansiedade.

Cerúleo ou locus cœruleus zona do sistema cerebral que ajuda a decidir a que estímulos cerebrais vale a pena prestar atenção. Formada por um aglomerado de neurónios (células nervosas) capazes de sintetizar e produzir quantidades significativas de catecolaminas endógenas em especial a noradrenalina, atua também na epinefrina (adrenalina) que causa efeito relacionado ao stress físico ou mental e aumenta o batimento cardíaco.

Comunicação celular cerebral

A comunicação no interior e entre os neurónios é veiculada por uma combinação de sinais elétricos e químicos.  Quando uma célula nervosa é ativada passa um sinal elétrico que liberta neurotransmissores que pode ativar ou inibir um segundo neurónio. Se o sinal ativa ou excita a mensagem continua a passar ao longo do percurso neural. Se inibidor o sinal é suprimido.

Em níveis otimizados os neurotransmissores do sistema nervoso central permitem às pessoas sentir, aprender, mover-se – em geral funcionar adequadamente. Mas estes sistemas complexos, por vezes, avariam.  A resposta à sua distribuição pode tornar-se excessiva ou inadequada.

Qualquer falha no sistema afeta significativamente a ansiedade e boa disposição.

Os seguintes neurotransmissores são conhecidos pelo importante papel que desempenha na ansiedade:

  • Ácido gama-aminobutírico (GABA) – um aminoácido conhecido como neurotransmissor inibidor que pode impedir a atividade de outros neurotransmissores, podendo ajudar a diminuir a ansiedade.
  • Serotonina – ajuda a regular o temperamento, o sono, o apetite e inibe a dor. Crê-se que pessoas com ansiedade têm baixos níveis de serotonina no cérebro. Baixos níveis de serotonina estão também ligados à depressão.
  • Noradrenalina – contrai os vasos sanguíneos e aumenta a pressão arterial, desempenham um papel importante na sensibilização, no condicionamento do medo e na reação ao stress. Em excesso pode desencadear ansiedade. Muitos neurónios que libertam noradrenalina estão situados no cerúleo.
  • Dopamina – talvez mais conhecida por ser essencial ao movimento. Quando não está disponível em quantidades suficientes leva à dificuldade de movimentos característica da doença de Parkinson. Também pode influenciar a motivação e a recompensa embora haja poucas provas da relação entre a dopamina e a ansiedade, algumas pesquisas sugerem uma ligação à fobia social.

Hormonas e o eixo HPA

Embora os neurotransmissores ajudem a transmitir sinais ao longo os nervos outros químicos chamados hormonas transportam mensagens para os órgãos ou lutos de células espalhadas pelo corpo desequilíbrios de certas hormonas aumentam o risco de ansiedade induzem sintomas de ansiedade.

Estas hormonas circulam num percurso chamado eixo hipotálamo-hipófise supra-renais (HPA) que influencia o temperamento.

Pesquisas sugerem que ter o eixo h PA em atividade persistente pode estabelecer as condições tanto para a pressão como para ansiedade.

No hipotálamo é uma parte do cérebro por cima do tronco cerebral a hipófise situou-se por baixo do cérebro e as glândulas supra-renais localiza-se por cima dos rins juntos estes corpos governam imensidão de atividades laborais do corpo e desempenha um papel importante na ansiedade.

O hipotálamo segrega o fator de libertação de corticotrofina (CRF) e estudos sugerem que o excesso de CRF, estará ligado a pessoas com perturbações de ansiedade.

Experiência da vida

Um evento traumático em geral desencadeia episódios de stress agudo, stress pós-traumático e fobias específicas. Os dois tipos de stress começam em geral poucos dias depois de uma experiência assustadora. Embora as fobias possam não se desenvolver logo após um evento traumático, costumam ter a sua origem num deles.

Os traumas parecem alterar o cérebro de uma forma que o torna mais suscetível à ansiedade.

Personalidade

Alguns traços de personalidade como a timidez são herdados. A timidez é uma característica conhecida como sensibilidade à ansiedade e as pessoas tímidas têm maior risco de desenvolver certos problemas de ansiedade.

A personalidade esquiva, que é um distúrbio de personalidade, também parece ser um fator de risco. Os que sofrem desta perturbação de personalidade veem o mundo de modo diferente e são em geral inflexíveis e enfrentam o mundo de uma maneira contraprodutiva. Quem apresente uma personalidade esquiva é hesitante, tenso, receoso, autodepreciativo e extremamente sensível à rejeição social.

AGENDE A SUA TERAPIA

    Share this content: